domingo, 29 de novembro de 2015

Pílulas Janísticas — 3

Compilação de publicações da página da biografia de Jânio Quadros no Facebook

VIRIATO DE CASTRO


José Viriato de Castro é hoje nome de rua no Campo Limpo. Mas ninguém tem sequer idéia de que ele foi não apenas o primeiro biógrafo de Jânio, como também escreveu livros hoje preciosos sobre Adhemar de Barros, o Marechal Lott e Laudo Natel.

Na foto vemos a primeira edição, de 1956, do "Fenômeno Jânio Quadros". Houve três, a definitiva em 1959.

Gostaria de ter conhecido Viriato. Ele tinha profunda admiração por Jânio e seu trabalho é parcial. Mas era um bom pesquisador e seu testemunho sobre a época teria sido valiosíssimo. (30/05/2015)

**********

HÁ 60 ANOS


Recém-eleito governador, Jânio não pôde se candidatar à presidência na eleição do ano seguinte, 1955. Deu todo seu apoio à candidatura do velho tenente Juarez Távora.

Nessa charge de Justinus, publicada em agosto de 55, de uma revista que apoiava Adhemar - e portanto abominava Jânio - vemos que seus opositores jogavam sobre ele a pecha de demagogo, reputando ensaiadas muitas das atitudes de Jânio, como usar roupas surradas e ocasionalmente comer bananas ou sanduíches de mortadela durante e depois dos comícios. (06/05/2015)

**********

JÂNIO E BRIZOLA


Mais uma relação de amor e ódio. Se deram muito bem enquanto Jânio foi presidente e Brizola foi governador do Rio Grande do Sul. Durante o exílio não tiveram contato. Com a redemocratização se aproximaram mas logo houve briga por Jânio se colocar junto a Ivete Vargas pela posse do PTB.

Nunca mais se reconciliaram. Na eleição de 89 Jânio externou satisfação pela excepcional votação de Brizola, terceiro colocado. E antes de morrer Brizola se referiu com carinho e saudade a Jânio, em entrevista a Paulo Markun, comparando-o a um relógio que trabalhava perfeitamente mas às vezes dava um defeito momentâneo irreparável. (11/05/2015)

**********

VARREDURA GERAL


Publicação de 1960... e no entanto parece ter sido escrita hoje. (24/05/2015)

**********

NOS BRAÇOS DO POVO


Linda foto de Jânio saudado e festejado pelo povo, da famosa série com o boné de motorneiro. 1959, creio.

Obrigado, Sílvia Mello! (25/05/2015)

**********

JÂNIO E O ARQUIDIOCESANO


Depois de eleito presidente Jânio fez questão de visitar a escola onde estudou de 1931 a 1934, e que tanto influenciou seu português: o Arquidiocesano, dos irmãos Maristas.

Na foto vemos Jânio com o repórter Tico-Tico do seu lado, e falando ao microfone está o Irmãos Amandino, antigo professor do agora presidente. (04/06/2015)

**********

HÁ 60 ANOS


Pausa dramática de Jânio, tendo à sua direita o repórter Tico-Tico e seu vice-governador, Porphyrio da Paz. Atrás, o amigo e colaborador constante, Quintanilha Ribeiro, e em sua extrema esquerda, Murillo Antunes Alves. (18/06/2015)

**********

PÉROLAS, da entrevista dada por Jânio a Augusto Nunes,
na Veja de 4/6/1980 (20/06/2015)


















**********

HÁ 30 ANOS


O PFL apóia Jânio. Na foto, da esquerda para direita, sentados, Arthur Alves Pinto, Olavo Setúbal, Jânio e Herbert Levy. Entre Olavo e Jânio, Miguel Colassuono, e atrás deste, José Camargo.

Colhi depoimentos exclusivos de todos, menos Setúbal. Encontrei-o no lançamento de um livro de Cláudio Lembo, certa vez, e reiterei-lhe meu interesse numa entrevista para a biografia de Jânio. "Ah, então foi você que ligou no meu escritório esta semana pedindo pra falar comigo sobre o Jânio?", perguntou ele. Respondi que sim. Contou-me então uma historinha boba de um encontro com Jânio que Tancredo lhe pedira para intermediar, e polido, escusou-se de uma entrevista, dizendo que não tinha nada relevante para contar.

Tinha, sim. E devia ter contado.

(Foto de Plínio Borges, Veja, 6/11/85) (23/06/2015)

**********

SE A DEMOCRACIA CORRER PERIGO...


Vitoriosa Luisa Erundina, azarão na disputa de 1988 pela sucessão de Jânio, começaram a ser articuladas as candidaturas presidenciais do ano seguinte. Jânio, que "de direito" apoiou João Leiva (por deferência ao amigo Orestes Quércia) mas "de fato" apoiou Maluf (que as pesquisas indicavam como vencedor), deu esperanças ao seu eleitorado: "Se a democracia correr perigo, saio candidato".

E sairia mesmo, se sua saúde não o tivesse tirado definitivamente do combate.

Esse quadro de Lincoln estava na sala da casa de Tutu em 2001, quando a entrevistei, na Califórnia.

(Foto de Jorge Rosenberg, Veja, 23/11/88) (25/06/2015)

**********

"Jânio reaparece e tenta convencer o país que só há uma solução para o Brasil: Jânio da Silva Quadros" (Foto de Pedro Martinelli, Veja, 4/6/80) (30/06/2015)

**********

Jânio e Castellinho - Istambul, 1959 (10/07/2015)

**********

VOLTANDO PARA A POSSE - 1961


Eleito presidente em 3 de outubro de 1960, Jânio Levou Eloá, Tutu, sua mãe Leonor e seu genro Alaor para uma viagem à Europa pelos dois meses seguintes, até a volta para a posse, que seria em 31 de janeiro de 1961.

Eis o que dizia "O Cruzeiro" (edição extra do fim de janeiro): "Quando o Sr. Jânio Quadros desembarcou, às 8 e 55, uma pequena multidão o aguardava: trabalhadores, mulheres com crianças, gente do povo e políticos conhecidos".


Nas fotos vemos Jânio descendo a escada do "Durango" com Eloá e Leonor, na outra Jânio encara o fotógrafo tendo Leonor à frente, Araripe Serpa (de cabelo 'escovinha') atrás, Carvalho Pinto à sua esquerda e na extrema esquerda um político que me parece ser o Mendonça Falcão.


Nas outras duas, Eloá e abaixo Tutu e Alaor, na frente de Pedroso Horta, Quintanilha Ribeiro e o Brigadeiro Faria Lima.

Quem eternizou essa viagem com graça e talento foi Joel Silveira - um dos jornalistas que acompanhou Jânio nessa ida à Europa - no livro "Viagem com o Presidente Eleito". (11/07/2015)

**********

ELOÁ E LEONOR


Eloá Quadros contra as favelas, Leonor de Barros não gostava de gatos... qual dessas duas mulheres admiráveis, abnegadas e generosas seria trucidada antes, pela desastrosa e inconveniente patrulha politicamente correta?

(O Cruzeiro, 11/10/60) (13/07/20150)

**********

HÁ 40 ANOS MORRIA JUAREZ TÁVORA


JQ tinha verdadeiro carinho e admiração por pouquíssimas pessoas. Juarez Távora foi uma delas. Eleito governador em 1954, Jânio tinha até abril de 55 para desincompatibilizar-se do cargo e concorrer à presidência, dando seqüência ao trampolim político ascendente que marcara sua carreira desde a vereança.

Por conta de uma série de armadilhas, acordos, desacordos e enganos de estratégia, ele perdeu o prazo foi obrigado a ficar no governo, o que a princípio o estomagou com Juarez, com quem até certo ponto disputava a candidatura. Mas em pouco tempo entrava integralmente na canoa do cearense, que concorria pela UDN. JK venceu, mas perdeu em São Paulo, graças ao apoio de Jânio. Juarez não esqueceu, e retribuiu em 60, quando o mato-grossense foi o candidato.

Na foto vemos Jânio e Juarez (e o candidato a vice, Milton Campos, entre ambos) sobre um Buick, fazendo campanha em Alegrete, RS, em 1960. Juarez morreu em 18 de julho de 1975, aos 77 anos. (18/07/2015)

(Foto: http://robertopcosta.blogspot.com.br/2011/06/memoria-politica.html)

**********

JÂNIO E ARLINDO SILVA


Nos estertores da revista "O Cruzeiro", já no primeiro lustro da década de 70, um dos jornalistas que esteve mais próximo a Jânio foi Arlindo Silva.

Autor de matérias interessantes sobre aquele período da história do ex-presidente, no qual sua cassação se extinguira mas ele continuava sem poder se candidatar, Arlindo mais tarde experimentou grande popularidade, ao lançar uma biografia autorizada, de Sílvio Santos.

Arlindo morreu em 2011, aos 87 anos.

Na foto (O Cruzeiro, 4/12/1974) vemos Jânio com a cadela Vassoura, Eloá e Arlindo. (20/07/2015)

**********

Humor fundamental com esta república das bananas. Um presidente que devia ter ficado renunciou e uma presidente que tem que renunciar imediatamente insiste em ficar... (23/07/2015)

**********

JÂNIO, SCALAMANDRÉ E LINO - 1960


Em 1960, durante a campanha à presidência, três deputados estaduais da legislatura que foi de 1951 à 1955 se reencontram para uma foto: Jânio, Scalamandré Sobrinho e Lino de Mattos.

Jânio fez carreira meteórica, Scalamandré ocupou secretarias estaduais e Lino foi prefeito relâmpago, senador, indo do adhemarismo ao janismo num golpe de mestre, em 1958. (28/07/2015)

**********

JÂNIO, MOTTA E VERGUEIRO


Foto provavelmente de 1954, Jânio governador, tendo atrás seu professor na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Cândido Motta, e, de terno branco, o velho perrepista César Lacerda de Vergueiro, assassinado em 1957.

Fonte: Acervo Iconográfico APESP (31/07/2015)

**********

RAYMUNDO DE SOUZA DANTAS (1923/2002)


Jânio e Afonso Arinos de Melo Franco (chanceler de Jânio na presidência) guardam o extraordinário mérito de terem apontado o primeiro negro para ocupar uma embaixada brasileira. O sergipano Raymundo de Souza Dantas foi embaixador brasileiro em Gana, de 1961 a 1964.

Segundo seu filho Roberto: "A política externa do Brasil com a África foi um grande projeto do presidente Jânio Quadros. Ele teve a visão de que aqueles 30 países que estavam se tornando independentes naquele momento teriam uma força inclusive internacional, na ONU, por exemplo. Ele já vislumbrava uma influência do terceiro mundo na política global. Ao enviar meu pai para Gana, ele também deu uma resposta a politica externa que vinha sendo exercida por Juscelino Kubischek com a África, uma vez que o Juscelino sempre apoiou o governo fascista de Salazar, em Portugal”, recorda-se Roberto, que tinha 14 anos de idade quando embarcou com pai e o restante da família para Acra, capital de Gana.

Filho de pais analfabetos, a mãe, lavadeira e o pai, pintor de paredes, Raymundo Souza Dantas nasceu em 11 de fevereiro de 1923, em Estância, no Sergipe, e teve uma vida marcada por episódios de superação, autodidatismo, dedicação aos estudos, empoderamento intelectual do negro brasileiro e ao resgate das raízes ancestrais africanas que marcaram o período escravocrata no país. (01/08/2015)

(Fonte: http://omenelick2ato.com/memoria/RAYMUNDO-SOUZA-DANTAS/)

**********

HÁ 60 ANOS

A Fundação da Companhia Brasileira de Alumínio


Nas fotos, o empresário José Ermírio de Moraes, o presidente Café Filho, o governador Jânio Quadros, e o filho de José, o jovem engenheiro Antônio Ermírio de Moraes. A CBA, do grupo Votorantim, foi fundada em 4 de junho de 1955, não por coincidência, o dia do 27º aniversário de Antônio Ermírio.

"A indústria brasileira de alumínio primário teve seu início na década de 1950 – pouco mais de cinquenta anos depois de começar nos Estados Unidos – graças ao pioneirismo e a perseverança de alguns empresários que percebiam um aumento progressivo do uso de metal. Entre esses pioneiros estava José Ermírio de Morais, responsável pela instalação da primeira fábrica integrada de alumínio do país, a Companhia Brasileira de Alumínio – CBA, em Mairinque, região próxima a Sorocaba (SP).

Com 80 fornos e uma capacidade inicial para produzir 10 mil toneladas/ano, a CBA começou a operar em 1955, com bauxita transportada de Poços de Caldas (MG). Aqui no Brasil, a grande bacia de bauxita da região Norte ainda não estava explorada. Naquele ano, a companhia produziu mil toneladas de alumínio primário, pouco menos da metade da produção nacional (2,7 mil toneladas), que era dividida com a Alcan, outra empresa precursora do setor.





















Na inauguração da nova planta, no dia 4 de junho, estava presente um recém-formado engenheiro metalúrgico, filho de José Ermírio, Antônio Ermírio de Moraes, que dava seus primeiros passos profissionais na companhia que viria a ser a sua “menina dos olhos” dentro do grupo Votorantim". (02/08/2015)

(Fonte: http://blogdomiltonrego.com.br/antonio-ermirio-o-aluminio-a-lua-de-mel-e-a-politica-industrial/)

**********

Da esquerda, Castilho Cabral, Jânio, Cunha Bueno, e me parece ser Fernando Ferrari. Pela presença de Cunha Bueno, suponho que a foto seja de 1955. A elegância de Jânio, entretanto, indica que pode ser também de 1959 ou 60. (06/08/2015)

**********

FATOS E FOTOS SOBRE A RENÚNCIA


Jânio renunciou em 25 de agosto de 1961. Esta é uma edição curiosa, de 2 de setembro, que já estava concluída antes do presidente renunciar e teve de ser alterada quando a notícia veio ao lume.

A primeira metade foi toda refeita, trazendo os últimos acontecimentos relativos à renúncia, e do meio para o fim é uma edição normal, noticiando os fatos daquela semana. Há inclusive fotos de eventos oficiais a que Jânio compareceu ainda como presidente. (25/08/2015)

**********

"RENÚNCIA - GESTO DE UM PATRIOTA"


O livro mais conhecido de J. Pereira é "Bilhetinhos de Jânio", de 1959, com grande parte dos bilhetes mandados por JQ quando ocupou o governo de São Paulo, cuidadosamente colecionados por J.

No finzinho de 1961 J. lançou "Renúncia, Gesto de um Patriota", com bilhetes mandados pelo mato-grossense na presidência. A capa é um desenho interessante do que seria Jânio no convés do "Uruguay Star", navio que o levou para longe do Brasil, depois da renúncia. Infelizmente não há, no livro, crédito para o capista.

O livro foi engolido pela perplexidade do povo, diante do gesto do agora ex-presidente. Ao contrário do "Bilhetinhos", divertido e pra cima, "Renúncia" é triste, sombrio e foi esquecido. Não obstante, é documento valioso de um a época da qual o querido e saudoso J. foi testemunha ocular. (26/08/2015)

**********

JÂNIO E RUY MARCUCCI



Nas fotos, Jânio e o assessor de imprensa de Carvalho Pinto, Ruy Marcucci, por volta de 1959, quando o mato-grossense já estava em campanha para a presidência.

No fim da década de 80 Ruy escreveu um pequeno e afetuoso livro sobre CP, chamado "Carvalho Pinto em ritmo de hoje" com o subtítulo de "Êxitos quase sempre (e também insucessos) de um estadista capaz de inspirar o Brasil". (01/09/2015)

**********

HÉLIO BICUDO


Ontem - terça-feira, 01/09/2015 - o jurista Hélio Bicudo, ex-assessor e amigo pessoal de Carvalho Pinto, impetrou na justiça o 14º pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff:

"À Câmara dos Deputados Federais rogamos que coloque um fim nesta situação, autorizando que a Presidente da República seja processada pelos delitos perpetrados, encaminhando-se, por conseguinte, os autos ao Senado Federal, onde será julgada para, ao final, ser condenada à perda do mandato, bem como à inabilitação para exercer cargo público pelo prazo de oito anos, nos termos do artigo 52, parágrafo único, da Constituição Federal. É o que ora se requer!"

O fato já está gravado em nossa memória como um dos mais belos momentos da história republicana. Sua coragem e sua brava iniciativa, aos 93 anos, me fizeram lembrar a defesa impertérrita da democracia e das liberdades individuais levada a cabo por Sobral Pinto nos momentos mais marcantes do século XX.

Ao contrário desses vermes que vemos hoje indo para a cadeia, meliantes na ditadura e meliantes na democracia, Hélio reabilita a verdadeira esquerda, aquela que PENSA, que foge de sectarismos e está sempre ao lado do povo, lutando pela igualdade e pela honestidade.

Parabéns, Hélio! Que bom que ainda temos brasileiros como você.

A foto - de 26/5/1999 na casa de Hélio - é do depoimento dado pelo jurista para a biografia de Jânio. Hélio não apenas conviveu com CP e JQ, mas é a única testemunha viva do encontro de ambos em Cumbica, após a renúncia. (02/09/2015)

**********

SUPLICY E JÂNIO, "ADVERSÁRIO
A QUEM RESPEITO"...

Entrevistei Eduardo Suplicy para o livro de Jânio há mais de quinze anos. Conversamos uma tarde inteira, e na saída ele me emprestou seu livro Da Distribuição de Renda e dos Direitos à Cidadania, de 1988. Com a ressalva: "Me devolva, por favor, porque é o único que eu tenho".

Não devolvi. Pensava eu mantê-lo comigo até lançar meu próprio livro, que na época ainda teria apenas um volume. Publicado esse volume único, onde, entre milhares de outras coisas eu falaria sobre a eleição de 1985 para a prefeitura de São Paulo, na qual Eduardo ficou em terceiro lugar, atrás de Fernando Henrique Cardoso e Jânio, eu devolveria o livro. Como já se sabe, meus planos mudaram, o volume único se transformou em cinco ou seis e só Deus sabe quando será publicado o volume onde efetivamente falarei sobre a memorável eleição de 1985. Mas voltemos à história:


Meses depois da entrevista, fazendo pesquisa no acervo de José Aparecido de Oliveira, que consistia em vasto material dado por Jânio a José, ainda em vida, encontro o mesmo livro, sendo este um presente de Suplicy ao prefeito que o derrotara. A dedicatória, de 21 de novembro de 1988, vinha revestida com a humildade do bom Eduardo: "Ao Prefeito Jânio Quadros, adversário a quem respeito e de quem apreciaria ouvir a avaliação crítica deste trabalho". Pedi a José Aparecido se podia ficar com o livro e o saudoso Zé de todos os amigos assentiu.

Por intermédio de minha querida amiga Bruna Svetlic, fiz chegar hoje às mãos de Suplicy o meu livro, lançado em 2013, o livro que ele me emprestou há quinze anos, e o livro que ele deu a Jânio em 1988. Este último o bom Suplicy rededicou a mim, mandando-me também o seu famoso e importante trabalho Renda de cidadania. A saída é pela porta, atualmente na 7ª edição, e ainda teve a generosidade de me telefonar para agradecer. Abaixo, a foto do Senador em seu escritório, rededicando seu livro originalmente presenteado a Jânio:




A dedicatória generosa em seu livro '"Renda de Cidadania, a Saída é pela Porta"

Obrigado, Senador! (14/9/2015)
______________________________________

Adquira a BIOGRAFIA DEFINITIVA DE JÂNIO QUADROS

Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia
Vol I: "Um Moço Bem Velhinho"
Bernardo Schmidt
Editora O Patativa
350 pgs ilustradas
R$ 30,00 (Frete incluso para todo o Brasil)

Compre através do e-mail editora.opatativa@gmail.com 
_______________________________________________________

Ver também:
______________________________________

Pílulas Janísticas — 2

Compilação de publicações da página da biografia de Jânio Quadros no Facebook

JÂNIO E SAMUEL WAINER


Amigos ocasionais, Jânio - deputado federal e candidato à presidência - e Samuel tomam um cafézinho e proseiam sobre o Brasil na visita do mato-grossense à "Última Hora", em fevereiro de 1959. (30/05/2014)

(Imagem do Arquivo Público do Estado de São Paulo) 

**********

JÂNIO E GOLIAS


Ao contrário de tantos políticos biliosos, vingativos e sem humor que vemos por aí, Jânio tinha espírito esportivo e compreendia o fato de ser um alvo fácil para os imitadores e os humoristas da época. Quando a imitação vinha com talento e qualidade, Jânio se divertia como qualquer pessoa. E assim começou sua amizade com o saudoso Ronald Golias.

No site oficial de Golias vemos um texto que fala sobre essa ligação tão inusitada quanto verdadeira:

"Antes de ser presidente da república em 1961, Jânio havia sido prefeito de São Paulo em 1953 e governador da mesma em 1955. Em 1958, Jânio resolve fazer uma campanha para seu Secretário da Fazenda dar continuidade ao governo em 1959. Embora Carvalho Pinto fosse um homem muito culto, não era popular e conhecido. Victor Costa já havia, nesta época, comprado a TV Paulista e Ângela Maria já ia começar um programa semanal. Até então Manoel de Nóbrega, Carlos Alberto e Golias não haviam feito nada na televisão. Victor pergunta se Golias podia fazer um quadro de humor no programa da Ângela Maria que ia estrear, pois sua imitação de Jânio Quadros era perfeita. Carlos Alberto resolve escrever ao Golias um quadro de pergunta e resposta com a imitação de Jânio Quadros.

Foi um grande sucesso. Jânio Quadros gostou tanto, que pediu ao Victor Costa que toda semana Golias o imitasse, e depois o governador contratou Golias, Carlos Alberto de Nóbrega e Chocolate para ir ao ABC Paulista com um pick-up na porta das fábricas para distribuir pintinhos, pois a campanha do Carvalho Pinto era pintinhos que colocava na lapela do paletó. Naquela ocasião, todos estavam proibidos de falar em política, apenas fazer o show e distribuir os pintinhos. A campanha durou 2 meses e foi um sucesso absoluto. Golias e Carlos Alberto ganharam em 2 meses muito mais dinheiro do que em 2 anos de rádio e televisão".

A amizade seguiu pela vida afora. No velório de Jânio, na Assembléia Legislativa, em meio a políticos, o governador e o presidente, estava o bom Golias, prestando sua homenagem final.

http://www.ronaldgolias.com.br/janio.htm (02/06/2014)

**********

JÂNIO E A FAMÍLIA MESQUITA


Essa capa do Jornal da Tarde (irmão caçula do Estadão) que anunciava a vitória de Jânio nas eleições de 1985 dá bem a medida do intenso desprezo que os Mesquitas nutriam pelo ex-presidente. Não era pra menos; nem na mocidade o ponto de vista de Jânio se coadunou com o do Estadão. Apoiou José Américo e não Armando de Salles até que o Estado Novo acabou com a possibilidade desse pleito ocorrer, em 37.

Em 45 e 50 apoiou Eduardo Gomes mais pelo respeito ao veterano de 22 do que pela UDN; em 53 derrotou Francisco Cardozo e em 54 derrotou Prestes Maia, ambos candidatos da UDN; em 55 repetiu-se uma atitude que marcava Jânio: ele apoiava PESSOAS, e não partidos. Apoiou Juarez pelo respeito ao velho tenente e sequer tomou conhecimento do partido. Em 57, mesma coisa, apoiou Prestes Maia porque o admirava como político e administrador e passou ao largo de sua filiação partidária.

Em 60 Jânio se elegeu presidente por uma coligação que incluía a UDN. Depois da posse, não fez outra coisa do que flertar com o socialismo, indignando os reaças da União Democrática Nacional, mormente Carlos Lacerda.

O golpe de 64 acabou com os partidos. Mas não com o desprezo dos Mesquitas por Jânio. Esse só aumentou. (09/06/2014)

**********

JÂNIO E LACERDA


Charge de Théo, dezembro de 1953.

Jânio e Lacerda acabavam de se conhecer e de identificar propósitos semelhantes de combate à corrupção. A vassoura encontrava o arauto da oposição.

Mais do que uma amizade - o que nunca foi, de fato - trata-se de uma associação política que tinha tudo para dar certo. Bastava que ambos fossem um pouco menos emocionais, menos sangüíneos, e um pouquinho mais equilibrados. (17/06/2014)

**********

JQ E JK


Na foto, provavelmente de 1958, dando autógrafos. Entre Jânio e Juscelino está o General Nelson de Mello, chefe do Gabinete Militar de JK, e à direita o jornalista Carlos Spera.

Relação complicada. Tiveram associação produtiva e operosa como presidente e governador, mas Jânio condenou os excessos de seu antecessor quando tomou posse na presidência. Magoou JK. Anos depois, ambos cassados, se reencontraram algumas vezes. Jânio afirmou publicamente que estava arrependido do que dissera e, mais do que isso, arrependeu-se para o próprio JK.

Se JK relevou, nunca saberemos. Provavelmente não. Em entrevistas não citava Jânio nem para o bem, nem para o mal. No automóvel em que morreu, tinha consigo a Manchete com Jânio na capa, falando da renúncia 15 anos depois. (25/06/2014)

**********

CARVALHO PINTO PARA GOVERNADOR


As campanhas estaduais de 2014 são de dar vergonha e nojo. Candidatos medíocres, de bolso de colete, fugindo da polícia, cassados por corrupção, condenados em primeira instância, pegos em video roubando e corrompendo... esse é o Brasil. E esse é o povo que os elege diretamente.

Em 1958 Jânio lançou a candidatura de seu secretário da Fazenda, Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto - neto de Rodrigues Alves - para sucedê-lo nos Campos Elíseos.

CP era uma negação como político de palanque; não empolgava, não tinha empatia com o povo, não era bom orador. Mas era um grande administrador, um homem brilhante de finanças e um advogado cultivado e competente. E no palanque ele tinha Jânio para promovê-lo entre a população paulista. Foi o suficiente para elegê-lo.

Governou de 1959 a 1963. (07/07/2014)

**********

PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO
(26/7/1930 - 08/07/2014)


Coincidência dolorosa que o último post desta página tenha sido sobre Carvalho Pinto, e ontem faleceu o coordenador de seu Plano de Ação no governo de São Paulo, Plínio Soares de Arruda Sampaio, aos 84 anos.

Tive o prazer imenso de entrevistar Plínio em sua casa há alguns anos para o livro de Jânio e foi uma das prosas mais deliciosas que já tive. Falamos de seu pai, João Batista de Arruda Sampaio, Secretário da Segurança de Jânio e que possuía o mimoso apelido de "João Faca", falamos de CP, de JB, de Portugal Gouveia, de Abreu Sodré, do Largo São Francisco, de sua frustrada candidatura à prefeitura de São Paulo em 1961, Reforma Agrária e de tudo o que veio depois.

Escreverei mais sobre Plínio em breve. Na foto, o político quando jovem, com CP e com este biógrafo. (09/07/2014)

**********

JÂNIO E NIEMEYER


Nunca fui admirador das obras de Niemeyer. Conheço Brasília e mais um punhado de trabalhos seus no Rio e São Paulo, e, com raras exceções, faço coro com a acusação fundamental que ele sofreu por toda a vida: a de alguém que criava pensando na forma, em detrimento ao conteúdo. Por fora, obras futurísticas, estilosas, extraordinárias. Por dentro, uma calamidade de cimento, sem ventilação e funcionalidade. É, inclusive, emblemático que na mesma semana tenhamos perdido também o brilhante Décio Pignatari (este em 2/12/2012 e Niemeyer em 5/12/2012), outro a quem sempre admirei pela inteligência, pela lucidez e pelo senso crítico, e não por aquela baboseira que é o concretismo. Mas o curioso está no fato de que vem de Pignatari a melhor e mais irônica definição que já ouvi de Oscar: "É o maior escultor do Brasil". Não obstante, tanto Oscar quanto Décio são pilares da nossa cultura e merecem ser cultuados, estudados e lembrados pela devoção à arte, a sensibilidade e o amor pelo nosso país.

Na foto, Jânio e Eloá ao lado de Oscar em - creio - 1987. A discussão era a respeito da elaboração e construção do Paço Municipal, projeto que já vem sendo discutido há quase um século e que nunca saiu do papel. Assim como todos os marxistas-leninistas puros e sem amarras políticas - o que não era o caso de Prestes, em quem sobrava boa intenção mas transbordava a desorientação política e programática, levando-o ao disparate de mobilizar o partidão a votar em Lott na eleição de 1960 - Oscar gostava de Jânio e acreditava de todo o coração que a renúncia fora, de fato, motivada pela pressão reacionária ao governo progressista que vinha realizando. Era também o que pensavam ícones do comunismo como Jorge Amado e Leôncio Basbaum. O tempo se encarregaria de mostrar sobejamente o quanto estavam enganados, mas, teimosos como eram, os comunistas de boa cepa não desavieram-se jamais com Jânio. (15/07/2014)

**********

CONDECORAÇÃO DE CHE GUEVARA


Em 19 de agosto de 1961, seis dias antes de renunciar, Jânio condecora Che Guevara, ministro da Indústria e Comércio de Cuba, com a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul.

Diria Jânio sobre o assunto ao Globo Repórter, 20 anos depois:

"Eu me envaideço dessa condecoração. Em primeiro lugar condecorei um homem límpido, examinemos o homem, um homem límpido. Um homem honrado, um sonhador, Dom Quixote das Américas. Acabou morto como vimos, como um cão, na Bolívia. (...) Condecorei Guevara e verifiquei que a meu derredor, filha da incompreensão, havia uma adversão que tocava as raias do ódio pessoal. Havia condecorado ‘uma expressão do comunismo internacional’. Isso para mim era indiferente". (20/08/2014)

**********

JÂNIO E A VASSOURA

"Eu não acredito que a vassoura esteja fora de moda. Se há país que está precisando de uma vassourada é este!"

No "Pinga-Fogo" da TV Tupi, em 15 de maio de 1979, Jânio responde à pergunta do jornalista Almir Guimarães, que comandava o programa, e dá uma aula de política, tão atual, passados 35 anos.

Divirtam-se. (27/08/2014)

 


**********

Bilhete de Jânio, quando presidente, a seu secretário particular, José Aparecido:


"Aparecido,
Leio a um jornal que o Ministério está em crise...
Veja se a localiza para mim.
Leio, também, que recebi, da Fazenda, um bilhete "enérgico"!
Desminta. O Ministro é educado, bastante, para não escrevê-lo ao Presidente.
E o Presidente não é educado, bastante, para receber tal bilhete..." (08/09/2014)

**********

ROBERTO FREIRE, "A ESQUERDA SEM DOGMA"


























Meus caros, ontem estive com meu irmão Alexandre no lançamento do livro "A Esquerda sem Dogma", que conta a trajetória política de Roberto Freire.

Freire é uma das poucas figuras realmente admiráveis de nossa política. Nem sempre concordei com ele, por vezes estive em campo diametralmente oposto ao dele, mas sua honestidade medular e seu amor incondicional pelo Brasil são inegáveis.

É motivo de orgulho, também, para nós e para ele, a coragem com que acusou o processo de apodrecimento moral de Lula e do PT, passando a pregar a união das oposições em torno de um objetivo comum: tirar essa camarilha do poder.

Que bom que ainda temos políticos com a inteligência e a envergadura moral de Roberto Freire. (08/08/2014)

**********

O grande vencedor da eleição estadual de 3 de outubro! (de 1954) (30/10/2014)

**********

RELEMBRANDO TUTU


A foto é de 1958, durante a campanha de Carvalho Pinto à sucessão de Jânio no governo do estado. O jornalista Ruy Marcucci, ligado a CP, não se furtou de nomear Tutu, lindíssima, aos 15 anos, de "musa da campanha". (06/11/2014)

**********

Jânio em pose napoleônica, Magalhães Pinto (Zé Aparecido entre eles) e o bom Quintanilha Ribeiro. Provavelmente durante a campanha presidencial, em 1960. (23/11/2014)

**********

MONIZ BANDEIRA


Primeiro biógrafo de Jango, e um dos poucos que se aferrou á versão primitiva de que Jango morreu de enfarte, mesmo, descartando qualquer possibilidade de envenenamento, o historiador e cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira participou da comitiva que esteve com Jânio em Cuba, em 1960.

Depois da renúncia ele escreveu "O 24 de agosto de Jânio Quadros" (1961) e quinze anos depois refundiu-o com outros textos em "A Renúncia de Jânio Quadros e a Crise Pré-64". São livros interessantes. Trazem o relato de Bandeira no calor do momento, e ainda não vinham eivados do marxismo encarniçado que ele passou a professar com o tempo, e que comprometem boa parte de sua extensa obra.

Morto Jango, Bandeira preparou-se para lançar o que viria ser o livro "O Governo João Goulart - As Lutas Sociais no Brasil (1961-1964)". Solicitou a Jânio um depoimento. Jânio o enrolou durante semanas por conta de uma exposição de suas pinturas. Bandeira se abespinhou e cortou relações.

Na época da foto com apenas 25 anos, Bandeira está hoje com 79. (04/12/2014)

**********

JÂNIO E YURI GAGARIN


Em 3 de agosto de 1961 Jânio condecorou o astronauta russo com a Ordem do Cruzeiro do Sul - mesma comenda que deu a Che Guevara 15 dias depois.

"Na ocasião foi condecorado com a Ordem do Cruzeiro do Sul pelo presidente Jânio Quadros com as palavras “você abriu para a humanidade a ilimitada esfera do conhecimento...”. Ao partir, Gagarin levou entre as lembranças de sua visita um beijo da bela brasileira Sonja Gracie. Sua visita deixou em muitos brasileiros o desejo de seguir seus passos". (23/02/2015)

http://brazilianspace.blogspot.com.br/2011/07/cinquenta-anos-no-espaco-lembrancas-do.html

**********

1954, a bordo do COMTE GRANDE, Jânio, Eloá e a menina Dirce,
a caminho da Europa. (26/02/2015)

**********

O TÉDIO DA CAMPANHA DE 1982


Retratado com maestria por Madalena Schwartz (28/02/2015)

Fonte: www.ims.com.br

**********

1ª REUNIÃO DE GOVERNADORES - 24/3/1961


Da esquerda para direita: governador do Paraná, o bom Ney Braga, amigo de infância de Jânio e colega de peraltices no draconiano Ginásio Paranaense;

Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, que se aproximou de Jânio cheio de desconfiança, e com quem acabou se dando muito bem, realizando notável trabalho conjunto, naqueles curtos sete meses;

O vice-presidente Jango, cujo fato de ser cunhado de Brizola em nada contribuiu para mudar sua relação com o presidente, que foi sempre da indiferença à hostilidade; e o velho Celso Ramos, governador de Santa Catarina. (02/04/2015)

**********

JÂNIO CORINTHIANO


Até chorar pelo Corinthians ele chorou, em comício. Se estava sendo sincero, ou se tudo não passava de manobra eleitoral, só Deus sabe. (25/04/2015)

**********

Início de 1957. Bate-papo divertidíssimo entre Jânio, governador de São Paulo, e Adhemar de Barros, que acabava de voltar de sua aventura boliviana, para onde fugira a fim de evitar uma prisão vexatória por uma série de processos. E estava em plena campanha para prefeito da Capital.


Eleito, Adhemar fez uma viagem para os Estados Unidos. Governador e prefeito trocaram correspondências em que sobram farpas para todos os lados. Impagável.


Publicado na revista "O Governador" em 14/2/57 e 04/04/57
(06/05/2015)
_______________________________________________________

Jânio - Vida e Morte do Homem da Renúncia
Vol I: "Um Moço Bem Velhinho"
Bernardo Schmidt
Editora O Patativa
350 pgs ilustradas
R$ 30,00 (Frete incluso para todo o Brasil)

Compre através do e-mail editora.opatativa@gmail.com
______________________________________

Ver também:
______________________________________
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...