quinta-feira, 31 de julho de 2014

Theda Bara


Enquanto Lilian Gish arrancava lágrimas de piedade
e misericórdia das mulheres, ELA excitava e provocava os homens.
Foi Carmen, Salomé, Cleópatra e dezenas de outras... e foi também
o primeiro símbolo sexual do cinema. Seu nome artístico era tão exótico
e marcante quanto sua beleza: THEDA BARA

Theda Bara, aliás "Theodosia Burr Goodman", foi o primeiro símbolo sexual da telona. Sua beleza robusta, seus figurinos (ou a falta deles), o personagem "The Vamp" no filme "A Fool There Was" (1915) e a nababesca e erótica "Cleópatra" de 1917 (infelizmente perdida) a transformaram em verdadeira divindade do cinema mudo.

Seu nome artístico era um anagrama de "arab death" (morte árabe), suas fotos, sobretudo os retratos promocionais de sua Cleópatra - mostrando seus olhos enormes, transbordando emoção, eloqüentes em sua tragicidade, onde podemos ler um oceano de experiências, vícios e tristezas - são obras-primas da realidade.

Só que nada disso é verdade. Ela era filha de imigrantes e seu nome nada tem a ver com "morte árabe" nenhuma. "Theda" é uma corruptela de "Theodosia" e "Bara" era diminutivo de "Baranger", sobrenome de solteira de sua mãe. Theda foi para o teatro na juventude e de lá para o cinema. E embora fosse a preferida de William Fox (fundador do Fox Films, mais tarde a 20th Century Fox), ela não era uma boneca ôca e manipulável, que o estúdio mastigou, deglutiu e cujo caroço cuspiu sem dó. Ela era inteligente, estudiosa e articulada; contratou sponte própria o curador do Museu Metropolitano de Nova York para ajudá-la na composição de sua Cleópatra, brilhou no cinema o quanto quis, casou-se em 1921, aposentou-se em 1926 e morreu em 1955. Estava esquecida, mas o futuro lhe fez justiça. Seu olhar melancólico e profundo é hoje tão conhecido quanto Chaplin, Valentino ou Garbo.

Theda nasceu há exatamente 129 anos, em 29 de julho de 1885.









Fritz Leiber e Theda

A maravilhosa nudez de Theda e os figurinos que levaram associações femininas
a boicotar "Cleópatra" por não ser "adequado" ao grande público


Theda em 1939, retratada pelo fotógrafo Carl Van Vechten
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