quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Bibi Ferreira, My Fair Lady e o Cinema...


Bernardo, você é um Amor! Obrigada por tudo! Um beijo, sua sempre, Bibi Ferreira, 2012


Felicidade pura. Depois de assistir novamente o maravilhoso BIBI, HISTÓRIAS E CANÇÕES, a prosa inestimável com a amada rainha Bibi. Recordações de My Fair Lady, Paulo Fortes, e um passeio por End of the River e os lendários Cidade-Mulher e Almas Adversas, lamentavelmente perdidos. "Como já te disse", suspirou Bibi, "não tive sorte no cinema". (25/08/2012)

domingo, 7 de outubro de 2012

Eu votarei em José Serra

Indagado por uma amiga sobre a melhor opção - ou a menos pior - entre os candidatos a prefeito de São Paulo, dou a resposta que tem sido recorrente nas eleições dos últimos dez anos: voto por eliminação. Voto útil. Não tenho, a rigor, simpatia ou identificação com nenhum dos candidatos concorrendo, atualmente, e minha escolha tem recaído inevitavelmente sobre aquele que tem menos defeitos.

Sou obrigado a pensar, a fazer uma pequena pausa quando respondo em quem vou votar. Já quando tenho que dizer em que não vou votar de jeito nenhum, as respostas são bem mais fáceis. Vamos a elas, em rápida análise:

1 - Fernando Haddad - Há inúmeras razões para não votar em Haddad, mas basta reunir as principais: foi um ministro da Educação medíocre e inoperante, responsável pela falência do ENEM, e portanto não tem experiência ou predicados para exercer a prefeitura. É candidato de algibeira, de bolso de colete, um ninguém, que Lula, nadando não mais em álcool, mas em megalomania, deseja de qualquer jeito aboletar na prefeitura para provar seu próprio prestígio. Além disso, pertence ao PT, partido que realizou as duas piores prefeituras de São Paulo: Luíza Erundina (na época uma petista agressiva e violenta) e Marta Suplicy. Como se isso não bastasse, Haddad ainda assistiu de braços cruzados a vexaminosa venda de sua candidatura a Paulo Maluf, por alguns minutos a mais no horário eleitoral. Nojo...

2 - Celso Russomano - Um reles oportunista. Apresentava na Gazeta o inefável "Circuito Night and Day", espécie de primo pobre do programa de Amaury Jr., e de lá virou repórter policial do sensacionalista "Aqui e Agora". Foi com esse tipo de prestígio que entrou na política e se manteve durante anos em cargos legislativos, elegendo, de cambulhada, uma série de parentes que se valeram simplesmente do sobrenome televisivo para alavancarem suas candidaturas em legislativos do interior de São Paulo. É um despreparado, não tem qualquer experiência no Executivo, é um falastrão idiota e inconseqüente, é homem de Maluf e hoje posa de independente.

Chalita, Soninha e os outros estão abaixo da crítica. Sem comentários. Vamos àquele no qual EU VOU VOTAR:

José Serra - Entramos de rijo no voto útil. Serra é, de fato, o menos pior. Dirão seus desafetos que ele usou a prefeitura como trampolim, da última vez. Minha resposta: usou mesmo. Não tenho como refutar, porque é exatamente o que ele fez. E mesmo assim é o menos pior. Foi um bom ministro da Saúde, foi um prefeito sem escândalos, nos dois anos em que permaneceu no cargo, e foi um bom governador. É mais do que se pode dizer sobre todos os outros juntos. Mais do que isso: não há indignidades que lhe possam ser imputadas. Haddad e Russomano, além de inexperientes e oportunistas, são figuras ligadas direta ou indiretamente ao malufismo. Chalita não era nada, depois virou tucano de corpo e alma, ano retrasado se passou de mala e cuia para a candidatura de Dilma e hoje é do corruptíssimo PMDB! Serra, ao menos, foi sempre de um único partido, professou basicamente os mesmos ideais e não deu voltas ideológicas de 180º como qualquer um de seus opositores.

E além disso, Serra foi o fundador do Instituto do Câncer de São Paulo. Bastaria esse instituto modelar, maravilhoso, para que ele tivesse meu voto.

Votarei, nesta eleição, em JOSÉ SERRA.

E espero que os paulistanos sigam uma linha de lucidez e façam o mesmo.
Bernardo

Serra, anunciando a inauguração do ICESP

Serra e o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, durante coletiva de imprensa

sábado, 23 de junho de 2012

Lulinha, Lulinha... Que vexame!


Reportagem da Veja

Não fiquei tão chocado quando vi Lula e Maluf se cumprimentando e se abraçando, porque nos últimos dez anos me acostumei às incoerências criminosas e ao fisiologismo crônico de Lula e do PT. Também não entendo essa revolta toda dos petistas. Por que isso agora? Eu vi a maneira que Lula e o PT se referiam a Sarney quando ele era presidente. Onde estava a revolta dos petistas quando Lula defendeu Sarney (tão corrupto ou mais do que Maluf) com unhas e dentes diante de uma verdadeira catarata de denúncias de corrupção? Também vi o afinco e a dedicação com que Lula e o PT se dedicaram a apear Fernando Collor do Planalto. Onde estava a revolta do PT quando Collor se candidatou a governador por uma coligação que dava apoio a Dilma em Alagoas? E a revolta do PT diante de Renan Calheiros? E a revolta dos petistas em relação a mensaleiros e quadrilheiros como Dirceu e Delúbio?

Se for politicamente lucrativo, Lula e o PT beijam hoje o rosto em que cuspiram ontem. Canonizam quem foi demonizado por eles mesmos. Rezam pela cartilha de que o passado deve ser esquecido. Assim como o bom Raulzito, querem ser uma metamorfose ambulante, e “dizer agora o oposto do que disseram antes”. Muito conveniente. Lula tem hoje 67 anos e os erros que comete não são mais fruto de sua perene ignorância ou do radicalismo de outras épocas, e sim de uma ambição sórdida e desprezível pelo poder. Hoje é uma questão de caráter. Ou da falta dele.




Pensei que o sofrimento melhoraria o ex-sindicalista. Julguei que o câncer seria um divisor de águas para Lula. Aquele momento em que ele, afeito apenas à adoração e à idolatria do povo, se daria conta de que é mortal e de que tanto o poder quanto o dinheiro não compram saúde, e que a glória dos políticos é vazia e transitória. Fui ingênuo.

Sobre a atitude de Luiza Erundina, concordo e a parabenizo. Mas sem santificá-la, como já querem alguns. Foi uma prefeita despreparada e vingativa, e devem-se à mediocridade e à ineficiência de sua administração a derrota de Plínio em 90 e a vitória de Maluf em 92. Merece permanecer no Congresso.

Isso nos traz à seguinte questão: até quando os petistas vão encontrar desculpas para as trampolinagens de Lula e do PT? Até quando serão acusados de "tucanos" e de "golpistas" aqueles que se limitarem a apontar os desmandos dessa turma? Há desculpa para tudo; mensalão, mensaleiros, dólares na cueca, Sarney, Renan, Dirceu, Delúbio, Genoíno, e assim por diante. De ontem para hoje já vi até petista indignada com o Maluf, por ele estar se aliando ao Lula, como se devêssemos condenar o bandido por tentar se aliar ao delegado, e não vice-versa. Se o assunto é mensalão, falam da reeleição de FHC; se o assunto é Dirceu, falam de Sérgio Motta. O PT não é mais paradigma de honestidade, e sim do “se eles podem, nós também podemos”. Que lixo...

"Thou shouldst not have been old till thou hadst been wise"... (King Lear, I, V)
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Esse texto foi originalmente publicado no Facebook, e quatro anos depois ele apareceu como lembrança em minha linha do tempo. Escrevi o seguinte comentário:

"NÃO VOS ESQUEÇAIS"...

Interessantíssimo ler este texto que escrevi há quatro anos, quando Lula foi lamber as botas de Maluf a fim de conseguir eleger essa nulidade que hoje está na prefeitura. O episódio marcou - creio eu - o fim definitivo de qualquer esperança de redenção do Partido dos Trabalhadores, depois do mensalão. Pelo contrário. Foi uma demonstração de que o partido resolvera mergulhar de cabeça, sem rodeios, no fisiologismo e na mais abjeta política de conchavos que condenara desde sempre. Vê-se que já naquela época os petistas usavam e abusavam de epítetos ridículos como "golpistas" para definir qualquer tipo de oposição. Poderia dizer que é um texto clarividente, mas na verdade o PT se tornou previsível após o mensalão.

Com Lula, 1993
Conheci Lula pessoalmente em 1993 na gravação do programa "Vamos Sair da Crise", apresentado na Gazeta pelo jornalista Alexandre Machado. Eu tinha 21 anos e embora nunca tivesse votado nele ou no PT, desejava conhecê-lo, assim como conheci no mesmo período, ou um pouco antes, FHC, Montoro, Plínio, Mário Covas, Erundina, Fleury e todos os políticos proeminentes da redemocratização. Lula contava, em seu currículo, apenas com uma candidatura frustrada ao governo em 82, o mandato medíocre na constituinte de 88 e a célebre campanha presidencial de 89. Ainda mantinha sua mística de "candidato operário" e no trato pessoal era simpático e afável. Nem sombra do falastrão corrupto e inescrupuloso em que se transformou.

Leiam. (23/06/2016)
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